Uma tarde de sábado
Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...
Não sabia por caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
assim quero que possa ser sempre
— Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.
Alberto Caeiro
1 Comments:
O vento, o sol, as flores, a terra, tudo isso são formas ingeligentes de vermos a vida, por mais estranho que nos pareça.
E somos por eles compelidos a tomar atitudes, marcar posições ou tão só a caminhar numa qualquer direcção.
Alberto Caeiro sabia disso e dá-nos essas lições.
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